Taturana
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Taturana | ||||||||||||
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Classificação científica | ||||||||||||
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Taturana, também
conhecida como tatarana (do tupi tata = "fogo" e rana =
"semelhante"), marandová, lagarta de fogo ou mondrová é o
estágio larval (lagarta) das mariposas (Brasil) ou traças (Europa) do género Lonomia,
entre outras.
Estas lagartas possuem
pilosidades e são potencialmente perigosas. Há algumas espécies com venenos poderosos, como a Lonomia obliqua,
denominadas "taturanas assassinas", que podem provocar hemorragia, insuficiência renal e até levar à
morte.
Nos Estados do sul do Brasil, chegou a ocorrer mais de mil casos
de acidentes com lagartas do gênero Lonomia, vários destes resultando em
morte. Pesquisas da ESALQ indicam que a proliferação destas deve-se ao fato
de vários predadores naturais (contra os quais, curiosamente, os pêlos não são
defesa) terem desaparecido com a devastação do ambiente natural. Desta forma, as
taturanas, que antes alimentavam-se das folhas da aroeira e do cedro, passaram a alimentar-se das folhas de árvores dos
pomares, diminuindo assim a distância do habitat humano e aumentando a
incidência de acidentes.
Índice[esconder] |
Espécies
- Lonomia achelous (Cramer, 1777) — Bolívia, Venezuela, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Brasil, Peru, Suriname
- Lonomia beneluzi Lemaire, 2002 — Guiana Francesa
- Lonomia camox Lemaire, 1972 — Venezuela, Guiana Francesa, Suriname
- Lonomia columbiana Lemaire, 1972 — Costa Rica, Panamá, Colômbia
- Lonomia descimoni Lemaire, 1972 — Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Peru, Suriname, Brasil, Suriname
- Lonomia diabolus Draudt, 1929 — Brasil, Guiana Francesa
- Lonomia electra Druce, 1886 — Norte da América Central
- Lonomia francescae L. Racheli, 2005 — Equador
- Lonomia frankae Meister, Naumann, Brosch & Wenczel, 2005 — Peru
- Lonomia obliqua Walker, 1855 — Argentina, Brasil, Uruguai
- Lonomia pseudobliqua Lemaire, 1973 — Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela, Peru
- Lonomia rufescens Lemaire, 1972 — Nicarágua,Costa Rica,Panamá, Colômbia, Peru
- Lonomia serranoi Lemaire, 2002 — El Salvador
- Lonomia venezuelensis Lemaire, 1972 — Venezuela
Predadores naturais
A pesquisa da USP descobriu que o principal
predador da
Lonomia obliqua é uma mosca da família Tachinidae, que deposita cinco ou
seis ovos na taturana. Ao nascerem as larvas alimentam-se de seu corpo. Uma vespa da família Ichneumonidae
faz o mesmo, embora deposite apenas um ovo. O vírus loobMNPV é
nocivo apenas para a Lonomia obliqua, que fica com movimentos lentos e aparência
amarelada. Um verme da família Mermitidae
também foi identificado como predador, além de um percevejo da família Pentatomidae que consegue sugar os fluidos da
lagarta. Formigas de jardim comeram o miolo do casulo que estava escondido sob
folhas cortadas em um canteiro. Isso mostra que a fase de casulo não protege a
taturana das formigas.
Não foi identificado nenhuma ave ou mamífero que agisse como inimigo natural,
o que justificaria a existência dos pêlos venenosos.Antídoto
O único remédio eficiente para acidentes com
a Lonomia é o Antilonômico, feito a partir das cerdas pelo
Instituto
Butantan.
Ligações externas
- Centro de Informações Toxicológicas
- Pesquisa sobre capacidade que tem o veneno de dissolver coágulos
- Caso de envenenamento
- Para obter via FTP a tese de Roberto Henrique Pinto Moraes apresentada à ESALQ
Bibliografia
- Identificação dos inimigos naturais de Lonomia obliqua Walker, 1855 (Lpidoptera Saturniidae) e possíveis fatores determinantes do aumento da sua população, de Roberto Henrique Pinto Moraes, apresentada à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), da USP de Piracicaba, em julho de 2002.
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